Daqui para a frente, as indicações de bons filmes deste blog passam a ser feitas no blog Garapi (clique aqui). Além de bons filmes, há também lá indicação de bons livros e dicas culturais de viagens. Confira!
quarta-feira, fevereiro 03, 2016
segunda-feira, julho 21, 2014
O Primeiro da Classe
Com
emocionante atuação de Jimmy Wolk, o filme fala de um assunto seriíssimo, porém
ainda negligenciado e desconhecido pela sociedade: a Síndrome de Tourette. A síndrome de Tourette ou síndrome de la Tourette, também
referida como SGTou ST, é uma desordem neurológica ou neuroquímica
caracterizada por tiques, reações rápidas, movimentos repentinos (espasmos) ou
vocalizações que ocorrem repetidamente da mesma forma. Esses tiques motores e
vocais mudam constantemente de intensidade e não existem duas pessoas no mundo
que apresentem os mesmos sintomas. A maioria das pessoas afetadas é do sexo
masculino. O filme mostra o preconceito que Brad Cohen (Jimmy Wolk) sofreu por
toda a vida por fazer esses “barulhos estranhos”. As pessoas não entendiam,
achavam que era uma brincadeira de mau gosto e o desprezavam e o castigavam por
isso (inclusive o próprio pai o maltratava). Mas ele não se deixou abater e
mostrou que era superior a qualquer tipo de preconceito, e então resolveu dar
aulas para crianças, coisa que ele amava e sempre sonhou fazer. E se tornou o
professor mais amado entre seus alunos.
É
um exemplo de superação! Em recompensa a tanto esforço, encontra uma moça que
enxerga através de sua síndrome e vê apenas suas qualidades, mostrando que o
preconceito não leva a nada e o amor, quando é verdadeiro, supera tudo. O
filme é baseado em uma história verídica, e é cheio de surpresas, muito
emocionante!
Isso
nos serve de lição para aprendermos a superar nossos problemas (por maiores que
sejam) e dar a volta por cima. E é bem instrutivo. Recomendo muito esse filme!
segunda-feira, março 31, 2014
Gravidade: um manifesto contra a poluição do espaço
Você
consegue imaginar sua vida sem GPS? Talvez você até consiga, mas os pilotos de
avião e comandantes de navio não mais. Consegue imaginar um mundo sem
telecomunicações, sem telefonia para outros países ou mesmo transmissão de TV
via satélite? Essas facilidades do mundo moderno podem ter fim a qualquer
momento, e tudo por culpa do lixo produzido pelos seres humanos. Para chamar atenção
para essa realidade (não tão exagerada quanto no filme, mas real), o diretor mexicano
Alfonso Cuarón levou às telas o filme “Gravidade”, estrelado por Sandra Bullock
e George Clooney. Para quem gosta de filmes espaço-siderais, um prato cheio.
Para quem gosta de precisão científica, valeu o esforço dos produtores (o filme
chega bem perto de retratar com precisão a realidade das viagens orbitais e os
perigos envolvidos nessas empreitadas, mas não sem erros praticamente inevitáveis). Indicado a dez Oscar, “Gravidade” também traz à tona discussões filosóficas
e até teológicas.
Além
das filmagens praticamente sem edição, apenas com movimentos de câmera, e dos
diálogos entre os dois astronautas e depois os monólogos da Dra. Ryan Stone
(Bullock), que seguram o filme do começo ao fim, o que me chamou a atenção
foram duas coisas mais: a fragilidade da vida humana e a necessidade de Deus,
independentemente da nossa formação. Quando três astronautas que faziam reparos
no telescópio espacial Hubble são atingidos por destroços de um satélite russo,
começa uma desesperada luta pela vida. E no momento em que a astronauta,
cientista, racional se dá conta de que vai morrer sozinha (perdoe-me por
adiantar esse detalhe), ela lamenta não ter aprendido a orar e pede para uma
pessoa na Terra (cuja transmissão de rádio ela captou) orar por ela. Na solidão
angustiante do frio espaço sideral, ela se dá conta de que dentro do coração
carrega um vazio ainda maior (foi minha leitura).
A
fragilidade da vida humana é o outro aspecto interessante do filme. E uma cena,
em especial, deixa isso evidente: quando Ryan consegue, finalmente, entrar na
estação espacial em busca de oxigênio e segurança. Ela se desvencilha da roupa
espacial e, em posição fetal, descansa um pouco, flutuando na ausência de gravidade
(só faltou a fralda, que os astronautas usam por baixo da roupa, mas acho que o
diretor não quis tocar no “assunto”). Alguns cabos dão a impressão de ser um
cordão umbilical, compondo o “cenário uterino”. E isso me fez pensar: Se, para
manter um ser humano vivo, no espaço, é necessário todo um aparato tecnológico
inteligentemente projetado para controlar temperatura, pressão, níveis de
oxigênio, etc., etc., etc., quem teria estabelecido e regulado as condições da
frágil “nave” Terra, a fim de que pudéssemos viver nela?
O
DVD vale também pelos extras que não podem deixar de ser vistos. Um curta-metragem
que mostra uma parte “oculta” do filme principal e um documentário sobre o
problema do lixo espacial. Curiosidade: a Estação Espacial Internacional viaja
a 17.500 metros por hora, o que faz com que ela dê uma volta ao redor da Terra
em 90 minutos, e esse é exatamente o tempo que dura o filme.
Michelson Borges
domingo, janeiro 13, 2013
A Escalada
Dois
alpinistas radicais precisam forjar uma amizade complicada com o objetivo de
escalar o pico dos seus sonhos. O extravagante Derrick gosta de escalar
sozinho. Um resgate audacioso abriu as portas para a maior escalada de sua
vida, mas seu sonho inclui um parceiro não muito desejado. Cauteloso, Michael
não se arrisca, não se apressa para ser o primeiro e raramente leva a vida até seu
limite. Porém, não há treinamento capaz de preparar essa dupla para a dura
realidade dos Andes Chilenos, nem suas personalidades diferentes num
relacionamento de fogo e gelo. Um teste de vontade, caráter e sacrifício que
leva esses homens além dos seus limites.
domingo, agosto 26, 2012
Coragem para ser pai
É preciso coragem para ser pai – mas não me refiro aqui à paternidade meramente biológica. Até homens covardes e irresponsáveis podem ser pais desse tipo. No entanto, a paternidade corajosa e responsável é prerrogativa dos homens que assumem seu papel na família e na vida dos filhos. Pai corajoso é aquele que sabe que o futuro de seus filhos e a estabilidade emocional deles depende em grande medida da relação que ele mantém com eles. Pai corajoso é aquele que sabe que seus filhos o veem como modelo de virtude (ou da falta dela). Pais que assumem seu verdadeiro papel sabem que a visão que os filhos terão de Deus dependerá também em grande medida da maneira como eles falam do Senhor e se relacionam com Ele. Pais corajosos não têm vergonha de pedir perdão e mudar quando percebem estar errados. Pais de verdade amam a mãe de seus filhos e apresentam para eles o modelo de uma relação amorosa e responsável, que eles tenderão a imitar quando eles mesmos forem pais e mães. Pais corajosos sabem que não basta fazer filhos, é preciso participar da vida deles, nutri-los física, emocional e espiritualmente e devolvê-los para Deus, quando Jesus voltar. Esse é o tema do ótimo filme “Corajosos”, dos mesmos produtores de “Desafiando Gigantes” e “A Prova de Fogo”.
Esta é a sinopse no site do filme: “Quatro homens, um legado: servir e proteger. Como agentes da lei, eles são confiantes e concentrados, preparados para o pior que as ruas podem oferecer. No entanto, no fim do dia, eles enfrentam um desafio para o qual não estão preparados: a responsabilidade de ser pais. Quando uma tragédia os atinge, esses homens têm que lutar com suas esperanças, seus medos, sua fé e sua paternidade. Diariamente, Adam Mitchell (Alex Kendrick) e Nathan Hayes (Ken Bevel) enfrentam desafios variados por conta da profissão que escolheram. No entanto, outra rotina os desafia, mas para a tarefa de pai essa dupla não está preparada. Seus filhos estão ficando cada vez mais distantes e, apesar do sucesso de Adam e Nathan em cuidar da sociedade, eles não sabem como tomar conta das pessoas por quem mais têm afeto.”
Somente assista a esse filme se você tiver coragem de assumir o maior de todos os compromissos que Deus lhe outorgou.
Michelson Borges
“Lembranças servem para trazer de volta o momento. Na prática, servem apenas para demonstrar quão inadequadamente apreciei o momento quando ele aconteceu.” Joan Didion (aprecie devidamente cada momento vivido com sua família; o tempo passa rápido)
quarta-feira, março 14, 2012
Soul Surfer
“Soul
Surfer” conta a história real da jovem surfista Bethany Hamilton (o filme é
baseado no livro dela). Aos 13 anos, no dia 31 de outubro de 2003, enquanto
praticava com sua prancha na praia de Tunnels Beach, a havaiana foi atacada por
um tubarão que lhe devorou o braço esquerdo. Depois de escapar da morte,
Bethany precisa reaprender a lidar com situações simples do dia a dia – simples
para quem tem dois braços. Membro de uma comunidade cristã de sua localidade, a
moça enfrenta alguns questionamentos que não chegam a lhe tirar a fé, mas a
abalam sensivelmente.
Com
a ajuda de Deus e da família (especialmente do pai), a jovem supera o trauma
(contando também com a ajuda inesperada de crianças que foram vítimas do terrível
tsunami asiático de 2004) e se torna surfista de destaque e um exemplo de vida
e de fé para muita gente.
Bethany e seus pais tinham uma preocupação quando Hollywood se
interessou em filmar o livro: “Eu e minha família nos mantivemos firmes no que
queríamos mostrar no filme: nossa fé em Jesus Cristo”, disse ela a um jornal.
“Ele realmente é muito melhor do que eu esperava. Ficamos com medo, você nunca
sabe o que Hollywood vai fazer quando chegar uma história
verdadeira”, disse a jovem.
Anna
Sophia Robb (“Ponte Para Terabithia”), Dennis Quaid, Helen Hunt e Carrie
Underwood fazem parte do bom elenco do filme que tem muita lição de vida a
ensinar.
Michelson Borges
Winter, o Golfinho
As
criaturas famosas que povoam o oceano do entretenimento - Moby Dick, Flipper, a
baleia Willy, Bob Esponja, Polvo Paul, entre outros -
acabam de ganhar um novo companheiro, a protagonista de “Winter, o Golfinho”,
filme claramente destinado ao público infantil. Os adultos podem torcer o nariz
- afinal, o filme é um tanto óbvio -, mas, para a criançada, funciona bem.
Golfinhos são animais cativantes e inteligentes, e o cinema sempre lhes
ressalta essas qualidades. Nos Estados Unidos, o filme, que retrata uma
história real, chegou a liderar a bilheteria em sua estreia, há duas semanas. A
golfinho Winter encalha numa praia da Flórida, com a cauda seriamente
machucada. Com a ajuda de um pescador e de um garoto chamado Sawyer (Nathan
Gamble, de “Marley e Eu”), a golfinho é levada para um aquário público, onde
receberá atenção de veterinários e alimentação, enquanto se recupera num
tanque.
Sawyer,
que é uma criança-problema para a mãe (Ashley Judd), deixa de frequentar a
recuperação na escola durante as férias de verão e passa a ir todos os dias ao
aquário para visitar Winter. Ajudar o animal a se recuperar torna-se a razão de
viver do garoto.
Mas,
para o diretor Charles Martin Smith e os roteiristas Karen Janszen e Noam
Dromi, pouca desgraça é bobagem. Não basta a golfinho perder o rabo e ter
dificuldade para se locomover, como também começa a ter problemas na coluna.
Além disso, o aquário não tem mais verba, deverá ser fechado e nenhum zoológico
ou outro aquário quer ficar com Winter.
E
não para por aí. Paralelamente, o primo de Sawyer é um jovem soldado (Austin
Stowell), recém-saído da academia, que se fere e fica preso a uma cadeira de
rodas e não mais pode seguir em frente com sua carreira promissora como
nadador.
A
novidade na história acontece quando o veterinário (Harry Connick Jr.), aliado
a um protético (Morgan Freeman), tenta inventar uma cauda artificial para o
animal. Ao mesmo tempo, a filha do veterinário (Cozi Zuehlsdorff) e Sawyer
armam um evento para salvar Winter e o aquário.
“Winter,
o Golfinho” desliza para um melodrama em vários momentos. Mas a história real
da golfinho torna-se um símbolo de superação. Motivando crianças com problemas
físicos, consegue ser emocionante sem nunca cair no exagero ou na manipulação.
Talvez esteja aí - mais na questão da capacidade individual de cada um do que
na superação em si - que resida o que há de mais interessante e importante no
filme.
(Alysson Oliveira, G1)
Nota:
O filme é realmente bonito e mostra a que ponto pode ir a amizade entre um ser
humano e um animal. Mas há um detalhe reprovável: a certa altura, a filha do
veterinário (uma menina muito simpática), em oração, pede à mãe falecida que a
ajude a salvar o golfinho. É uma prece de poucos segundos, mas que precisa ser
explicada aos filhos de pais que se preocupam com a educação bíblica de suas
crianças, já que, segundo a Bíblia, os mortos não podem ouvir, muito menos
atender as orações dos vivos (saiba mais aqui).[MB]
sexta-feira, agosto 12, 2011
O dia em que Hollywood entendeu a Bíblia
Houve um tempo em Hollywood em que os produtores descobriram que a Bíblia podia lhes render um bom lucro. A fórmula era fortão se apaixona por mulher ideal e detona um império. O ator podia ser podia ser um gladiador, um rei, um escravo, um romano, um hebreu como Sansão; a atriz podia ser uma escrava, uma cristã, uma plebeia, às vezes uma pagã fatal como Dalila; o império derrotado ou era o filisteu ou era preferencialmente o romano.
Claro que não basta ter a receita na mão. Sem o cozinheiro certo, tudo podia virar um tremendo fiasco ou, no mínimo, perder a noção do ridículo. De todos aqueles filmes, a única obra-prima é Ben-Hur (1959), que tem a vantagem de ter como diretor o genial William Wyler, capaz de equilibrar as cenas grandiosas e épicas com o drama intimista.
Ben-Hur dura pouco mais de três horas que passam voando. A edição é uma aula para esses filmes monstrengos de hoje que pegam um naco de enredo e o enchem de barulho pra ver se passa rápido. Ben-Hur conta uma história de vingança e arrependimento, tem um casto romance, batalha naval, revolta de judeus contra o despotismo de Roma, corrida de bigas contra o romano Messala, seu ex-amigo de infância, e passagens da vida de Jesus. E não se sente o tempo passar.
Se o personagem principal é Judá Ben-Hur, o coadjuvante é simplesmente Jesus, que dá água a Ben-Hur, lhe vê passar ao longe enquanto fala a uma multidão nas colinas, ou carrega a cruz rumo ao Gólgota. Judá vê a Cristo, Cristo sempre dá atenção a Judá, mas o rosto de Cristo nunca é mostrado no filme. É como se o filme dissesse que o povo judeu, embora tivesse a Cristo ali perto, não Lhe retribuísse a atenção devida.
Uma cena extraordinária é aquela em que muita gente começa a se assentar aos pés de Jesus, mas Ben-Hur O olha de longe e decide continuar andando. A imagem corta para Jesus sendo mostrado de costas, mas Sua cabeça se movimenta acompanhando os passos de Ben-Hur ao largo. Essa cena me tocou bastante pela sugestão de que Cristo se importa com os que se achegam a Ele, mas não deixa de demonstrar interesse pelos que se distanciam.
No regresso de Ben-Hur a sua terra natal, ele encontra um árabe alegre com seus convidados e inflexível quanto ao tratamento mais humano de seus belíssimos cavalos de corrida. Entre esses convidados recebidos num dia de calor, está alguém que conta a Ben-Hur que presenciou o nascimento de Jesus e que Ele já teria a idade de Ben-Hur. O ancião acredita que Jesus é o Filho de Deus, e diz que Ele é Alguém que naquele dia quente “também viu o sol se por”.
Pouco a pouco vai se configurando o grande inimigo de Ben-Hur: ele mesmo, e não Roma, não Messala. Sua esposa lhe diz que esse Cristo, ao qual ele não dá crédito, ensina que se deve amar os inimigos e orar pelos que lhe perseguem. Esse é um ensinamento radical demais para seu coração ainda cheio de ódio. Afinal, ele não só esteve preso por mais de três anos nas galés, como também sua mãe sua irmã ficaram confinadas nos subterrâneos de uma imunda prisão onde contraíram da grave doença da época: a lepra.
A mudança de atitude de Ben-Hur começa quando ele passar a acreditar que Cristo pode curar sua família. Mas ele aparentemente chega tarde, pois Jesus está naquele momento carregando uma cruz. Ben-Hur passa a acompanhar com renovado interesse aquela caminhada dramática. Olhando para a cruz, ao lado do ancião que lhe falou do Filho do Homem, ele tem seu ponto de impacto, percebendo o abismo entre a alienação pecaminosa do ser humano e o sentido da salvação divina.
O teólogo da arte Paul Tillich dizia que a revelação é “a resposta às perguntas implícitas nos conflitos existenciais da razão”. Os conflitos de Ben-Hur não têm resolução na vingança. Ele ainda tem sede, como ele diz. Na cena da cruz, não apenas há revelação, mas sobretudo reconciliação, um momento em que ele sente acolhimento, perdão, amor e um novo propósito e sentido de vida.
Quantos filmes hoje têm os conteúdos cristãos trabalhados de forma tão simples e profunda? Ben-Hur é o filme mais cristão de todos os tempos porque, além de apresentar excelência técnica e estética em todos os detalhes, valoriza a mensagem cristã do chamado à transformação individual por meio da reconciliação espiritual. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo" (2 Coríntios 5:19).
(Joêzer Mendonça, Nota na Pauta)
Claro que não basta ter a receita na mão. Sem o cozinheiro certo, tudo podia virar um tremendo fiasco ou, no mínimo, perder a noção do ridículo. De todos aqueles filmes, a única obra-prima é Ben-Hur (1959), que tem a vantagem de ter como diretor o genial William Wyler, capaz de equilibrar as cenas grandiosas e épicas com o drama intimista.
Ben-Hur dura pouco mais de três horas que passam voando. A edição é uma aula para esses filmes monstrengos de hoje que pegam um naco de enredo e o enchem de barulho pra ver se passa rápido. Ben-Hur conta uma história de vingança e arrependimento, tem um casto romance, batalha naval, revolta de judeus contra o despotismo de Roma, corrida de bigas contra o romano Messala, seu ex-amigo de infância, e passagens da vida de Jesus. E não se sente o tempo passar.
Se o personagem principal é Judá Ben-Hur, o coadjuvante é simplesmente Jesus, que dá água a Ben-Hur, lhe vê passar ao longe enquanto fala a uma multidão nas colinas, ou carrega a cruz rumo ao Gólgota. Judá vê a Cristo, Cristo sempre dá atenção a Judá, mas o rosto de Cristo nunca é mostrado no filme. É como se o filme dissesse que o povo judeu, embora tivesse a Cristo ali perto, não Lhe retribuísse a atenção devida.
Uma cena extraordinária é aquela em que muita gente começa a se assentar aos pés de Jesus, mas Ben-Hur O olha de longe e decide continuar andando. A imagem corta para Jesus sendo mostrado de costas, mas Sua cabeça se movimenta acompanhando os passos de Ben-Hur ao largo. Essa cena me tocou bastante pela sugestão de que Cristo se importa com os que se achegam a Ele, mas não deixa de demonstrar interesse pelos que se distanciam.
No regresso de Ben-Hur a sua terra natal, ele encontra um árabe alegre com seus convidados e inflexível quanto ao tratamento mais humano de seus belíssimos cavalos de corrida. Entre esses convidados recebidos num dia de calor, está alguém que conta a Ben-Hur que presenciou o nascimento de Jesus e que Ele já teria a idade de Ben-Hur. O ancião acredita que Jesus é o Filho de Deus, e diz que Ele é Alguém que naquele dia quente “também viu o sol se por”.
Pouco a pouco vai se configurando o grande inimigo de Ben-Hur: ele mesmo, e não Roma, não Messala. Sua esposa lhe diz que esse Cristo, ao qual ele não dá crédito, ensina que se deve amar os inimigos e orar pelos que lhe perseguem. Esse é um ensinamento radical demais para seu coração ainda cheio de ódio. Afinal, ele não só esteve preso por mais de três anos nas galés, como também sua mãe sua irmã ficaram confinadas nos subterrâneos de uma imunda prisão onde contraíram da grave doença da época: a lepra.
A mudança de atitude de Ben-Hur começa quando ele passar a acreditar que Cristo pode curar sua família. Mas ele aparentemente chega tarde, pois Jesus está naquele momento carregando uma cruz. Ben-Hur passa a acompanhar com renovado interesse aquela caminhada dramática. Olhando para a cruz, ao lado do ancião que lhe falou do Filho do Homem, ele tem seu ponto de impacto, percebendo o abismo entre a alienação pecaminosa do ser humano e o sentido da salvação divina.
O teólogo da arte Paul Tillich dizia que a revelação é “a resposta às perguntas implícitas nos conflitos existenciais da razão”. Os conflitos de Ben-Hur não têm resolução na vingança. Ele ainda tem sede, como ele diz. Na cena da cruz, não apenas há revelação, mas sobretudo reconciliação, um momento em que ele sente acolhimento, perdão, amor e um novo propósito e sentido de vida.
Quantos filmes hoje têm os conteúdos cristãos trabalhados de forma tão simples e profunda? Ben-Hur é o filme mais cristão de todos os tempos porque, além de apresentar excelência técnica e estética em todos os detalhes, valoriza a mensagem cristã do chamado à transformação individual por meio da reconciliação espiritual. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo" (2 Coríntios 5:19).
(Joêzer Mendonça, Nota na Pauta)
sábado, abril 16, 2011
Decisões Extremas
“Decisões Extremas” surpreende logo no seu início. E não falo de invencionices do roteiro ou qualquer coisa envolvendo a história em si. Surpreendente é ver, pela primeira vez desde Star Wars, Harrison Ford não ser o nome principal a ser creditado. O longa-metragem é produzido pelo ator que, talvez até por isso, tenha se sentido menos tentado a encabeçar o elenco, deixando a função para Brendan Fraser. É no mínimo curioso.
Decisões Extremas tem direção de Tom Vaughan e roteiro assinado por Robert Nelson Jacobs, baseado no livro The Cure, da jornalista vencedora do Pullitzer Geeta Anand que, por sua vez, baseou-se em fatos reais.
Na trama, John Crowley (Fraser) é um homem de família, casado com a bela Aileen (Keri Russell) e pai de três filhos. Os Crowley tentam de todas as formas manter uma rotina normal, mesmo tendo de encarar uma batalha diária: dois de seus três filhos tem a doença de pompe, uma doença degenerativa que afeta os músculos e sistema nervoso. De acordo com as pesquisas de John, as crianças têm expectativa de vida até os 9 anos de idade, o que o deixa desesperado por uma solução para o problema. Ao conhecer as pesquisas do Dr. Robert Stonehill (Ford), Crowley percebe uma luz no fim do túnel, larga seu trabalho e passa a dedicar todo o seu tempo a angariar fundos para a descoberta da cura para a doença. No entanto, Stonehill não é uma figura nada fácil de trabalhar.
Para início de conversa, Brendan Fraser consegue uma atuação – ainda que nada uniforme – bastante comovente, merecendo créditos pela escolha de um papel diferente do habitual. John Crowley é totalmente abnegado aos filhos e não mede esforços para resolver a situação. Homem de negócios, ele é a pessoa perfeita para dar vida às pesquisas de Robert Stonehill, um professor que tem ideias revolucionárias na teoria, mas nunca as coloca em prática. Harrison Ford pratica o seu feijão com arroz para encarar um papel que parece ser escrito sob medida para ele. Portanto, não é de se estranhar que o ator esteja tão à vontade como o doutor. As crianças do elenco, Meredith Droeger, Diego Velazquez e Sam M. Hall, dão conta do recado e têm boas atuações.
Com uma história de superação de adversidades, Decisões Extremas ganha pontos por apresentar ao espectador uma trama que consegue, ao mesmo tempo, apresentar uma doença terrível e seus problemas, mas também mostrar que é possível arregaçar as mangas e trabalhar para se encontrar uma solução.
(Paradoxo)
Decisões Extremas tem direção de Tom Vaughan e roteiro assinado por Robert Nelson Jacobs, baseado no livro The Cure, da jornalista vencedora do Pullitzer Geeta Anand que, por sua vez, baseou-se em fatos reais.
Na trama, John Crowley (Fraser) é um homem de família, casado com a bela Aileen (Keri Russell) e pai de três filhos. Os Crowley tentam de todas as formas manter uma rotina normal, mesmo tendo de encarar uma batalha diária: dois de seus três filhos tem a doença de pompe, uma doença degenerativa que afeta os músculos e sistema nervoso. De acordo com as pesquisas de John, as crianças têm expectativa de vida até os 9 anos de idade, o que o deixa desesperado por uma solução para o problema. Ao conhecer as pesquisas do Dr. Robert Stonehill (Ford), Crowley percebe uma luz no fim do túnel, larga seu trabalho e passa a dedicar todo o seu tempo a angariar fundos para a descoberta da cura para a doença. No entanto, Stonehill não é uma figura nada fácil de trabalhar.
Para início de conversa, Brendan Fraser consegue uma atuação – ainda que nada uniforme – bastante comovente, merecendo créditos pela escolha de um papel diferente do habitual. John Crowley é totalmente abnegado aos filhos e não mede esforços para resolver a situação. Homem de negócios, ele é a pessoa perfeita para dar vida às pesquisas de Robert Stonehill, um professor que tem ideias revolucionárias na teoria, mas nunca as coloca em prática. Harrison Ford pratica o seu feijão com arroz para encarar um papel que parece ser escrito sob medida para ele. Portanto, não é de se estranhar que o ator esteja tão à vontade como o doutor. As crianças do elenco, Meredith Droeger, Diego Velazquez e Sam M. Hall, dão conta do recado e têm boas atuações.
Com uma história de superação de adversidades, Decisões Extremas ganha pontos por apresentar ao espectador uma trama que consegue, ao mesmo tempo, apresentar uma doença terrível e seus problemas, mas também mostrar que é possível arregaçar as mangas e trabalhar para se encontrar uma solução.
(Paradoxo)
quarta-feira, setembro 22, 2010
Como Estrelas na Terra
Contam-se nos dedos os bons filmes produzidos por Hollywood. Infelizmente, o mesmo pode ser dito de Bollywood, a indústria de cinema indiana. Por isso, é uma grata surpresa se deparar com pérolas raras como o filme “Como Estrelas na Terra – Toda criança é especial” (“Taare Zameen Par – Every child is special”, no original, lançado nas salas indianas no fim de 2007). O filme rapidamente conquistou uma legião de admiradores na Índia e no mundo, recebendo os prêmios de melhor filme e melhor ator pela crítica, além do prêmio de melhor direção, para Aamir Khan, e de melhor letra de música pelo Filmfare Awards.
“Como Estrelas na Terra” revela extrema sensibilidade e consegue captar a magia do universo infantil, mostrando que crianças são crianças em qualquer lugar do mundo. A história é centrada em Ishaan Awasthi, de 8 ou 9 anos de idade, que sofre com dislexia, dificuldade de aprendizado e, pior, incompreensão. O filme contrasta o mundo massificante orientado para o capitalismo com a valorização do indivíduo, com suas diferenças, virtudes e defeitos.
Incapazes de lidar com o “filho problema”, os pais de Ishaan resolvem matriculá-lo num colégio interno. Ali o garoto se fecha ainda mais em seu mundo depressivo. Com saudades da família e oprimido por professores insensíveis, o menino começa a “morrer” aos poucos.
Mas tudo muda quando um professor de arte substituto chega ao colégio e percebe que há algo de errado com Ishaan. Tem início, então, a aventura de “ressuscitar” o garoto que, na verdade, se revela um gênio da pintura.
É um filme emocionante, bem feito e que vale a pena ser visto por toda a família.
Michelson Borges
“Como Estrelas na Terra” revela extrema sensibilidade e consegue captar a magia do universo infantil, mostrando que crianças são crianças em qualquer lugar do mundo. A história é centrada em Ishaan Awasthi, de 8 ou 9 anos de idade, que sofre com dislexia, dificuldade de aprendizado e, pior, incompreensão. O filme contrasta o mundo massificante orientado para o capitalismo com a valorização do indivíduo, com suas diferenças, virtudes e defeitos.
Incapazes de lidar com o “filho problema”, os pais de Ishaan resolvem matriculá-lo num colégio interno. Ali o garoto se fecha ainda mais em seu mundo depressivo. Com saudades da família e oprimido por professores insensíveis, o menino começa a “morrer” aos poucos.
Mas tudo muda quando um professor de arte substituto chega ao colégio e percebe que há algo de errado com Ishaan. Tem início, então, a aventura de “ressuscitar” o garoto que, na verdade, se revela um gênio da pintura.
É um filme emocionante, bem feito e que vale a pena ser visto por toda a família.
Michelson Borges
domingo, agosto 08, 2010
Um Sonho Possível
Se não fosse uma história real, eu a consideraria quase inverossímil, mas como é, pode-se dizer que se trata de um bom exemplo de como os seres humanos ainda podem manifestar amor desinteressado – tão desinteressado que chega a levantar suspeitas. É o que acontece no filme “Um Sonho Possível”, estrelado por Sandra Bulluck, no papel que lhe concedeu o Globo de Ouro de melhor atriz em 2010. A família de Leigh Anne Touhy (Bullock) dá abrigo a um garoto negro e pobre, e as amigas ricas não compreendem a atitude de Leigh, que acaba sendo até mal interpretada. É um verdadeiro tapa na cara de uma sociedade não acostumada a esse tipo de atitude bondosa e uma prova de que, quando ajudamos ao próximo, o maior beneficiado somos nós mesmos. Ao receber Michael como filho, a família passa por várias transformações para melhor.
Michael Oher (Quinton Aaron, o jovem pobre, no filme) vive como um sem-teto e proveio de uma família totalmente desestruturada. Apesar dessas desvantagens, é dono de um coração bondoso e gosta de proteger as pessoas que ama – o que não se torna muito difícil, já que ele é quase um gigante. A certa altura, graças a seu potencial esportivo, Michael é matriculado na escola em que o filho de Leigh estuda. E assim ele acaba conhecendo a família.
Quando Michael começa a se destacar no time de futebol da escola, desperta o interesse de algumas universidades. Mas, para poder ingressar em qualquer uma delas, ele precisa melhorar – e muito – as notas na escola. Mais uma vez, a família o ajuda a superar também esse desafio. Talvez o título dado ao filme em português tenho sido inspirado nesses desafios e superações de Michael. No original, o título é “The Blind Side”, e tem que ver com a atitude de proteger um colega de time quando ele é marcado em seu “ponto cego” pelo adversário.
É um filme que mostra o que há de melhor no ser humano. Vale a pena ser assistido. E imitado.
Michelson Borges
Michael Oher (Quinton Aaron, o jovem pobre, no filme) vive como um sem-teto e proveio de uma família totalmente desestruturada. Apesar dessas desvantagens, é dono de um coração bondoso e gosta de proteger as pessoas que ama – o que não se torna muito difícil, já que ele é quase um gigante. A certa altura, graças a seu potencial esportivo, Michael é matriculado na escola em que o filho de Leigh estuda. E assim ele acaba conhecendo a família.
Quando Michael começa a se destacar no time de futebol da escola, desperta o interesse de algumas universidades. Mas, para poder ingressar em qualquer uma delas, ele precisa melhorar – e muito – as notas na escola. Mais uma vez, a família o ajuda a superar também esse desafio. Talvez o título dado ao filme em português tenho sido inspirado nesses desafios e superações de Michael. No original, o título é “The Blind Side”, e tem que ver com a atitude de proteger um colega de time quando ele é marcado em seu “ponto cego” pelo adversário.
É um filme que mostra o que há de melhor no ser humano. Vale a pena ser assistido. E imitado.
Michelson Borges
terça-feira, julho 20, 2010
Sempre ao Seu Lado
“A inteligência apresentada por muitos mudos animais chega tão perto da inteligência humana que é um mistério. Os animais vêem e ouvem, amam, temem e sofrem. Eles se servem de seus órgãos muito mais fielmente do que muitos seres humanos dos seus. Manifestam simpatia e ternura para com seus companheiros de sofrimento. Muitos animais mostram pelos que deles cuidam uma afeição muito superior à que é manifestada por alguns membros da raça humana. Criam para com o homem apegos que se não rompem senão à custa de grandes sofrimentos de sua parte” (A Ciência do Bom Viver, p. 315, 316).
Enquanto assistia ao filme “Sempre ao Seu Lado” (EUA, 2009), lembrei-me do texto acima, escrito por Ellen G. White há mais de cem anos. O filme conta a história de Hachiko (um cão da raça akita) e seu dono, o professor de música Parker Wilson (Richard Gere). Todos os dias Hachiko acompanhava o dono até a estação de trem e estava lá, no fim da tarde, para recebê-lo. A produção é baseada em fatos reais ocorridos no Japão, na década de 1930. Em 1987, a versão cinematográfica japonesa “Hachiko Monogatari” também fez muito sucesso.
É um filme emocionante que faz pensar em valores como fidelidade, amizade, companheirismo e mostra que os animais realmente “criam para com o homem apegos que se não rompem senão à custa de grandes sofrimentos de sua parte”.
Michelson Borges
Leia também: “As lições que a Psita nos ensinou”
Enquanto assistia ao filme “Sempre ao Seu Lado” (EUA, 2009), lembrei-me do texto acima, escrito por Ellen G. White há mais de cem anos. O filme conta a história de Hachiko (um cão da raça akita) e seu dono, o professor de música Parker Wilson (Richard Gere). Todos os dias Hachiko acompanhava o dono até a estação de trem e estava lá, no fim da tarde, para recebê-lo. A produção é baseada em fatos reais ocorridos no Japão, na década de 1930. Em 1987, a versão cinematográfica japonesa “Hachiko Monogatari” também fez muito sucesso.
É um filme emocionante que faz pensar em valores como fidelidade, amizade, companheirismo e mostra que os animais realmente “criam para com o homem apegos que se não rompem senão à custa de grandes sofrimentos de sua parte”.
Michelson Borges
Leia também: “As lições que a Psita nos ensinou”
segunda-feira, julho 12, 2010
Um homem invictus
Nelson Mandela é um homem que não foi derrotado; é um homem invicto. Após quase 30 anos na prisão sob a linha segregacionista do regime apartheid, Mandela saiu da cela prisional para o salão presidencial. Com o poder nas mãos, ele tinha tudo para encarnar os temores de uma grande parcela dos brancos da sociedade sul-africana: vingança, revanchismo, ajuste de contas. Com o poder nas mãos, ele tinha tudo para incorporar as expectativas de uma grande parcela dos negros sul-africanos: idem, idem, idem. Mandela, porém, superou os preconceitos e medos de todos os lados ao propor a construção de uma nova sociedade baseada na reconciliação. Para tanto, duas decisões foram significativas. Primeiro, a realização do chamado “Comissão da Verdade e da Reconciliação”. Em vez de estimular uma caça aos promotores sanguinolentos do apartheid ou conduzir uma anistia ampla e irrestrita apenas como forma de esquecimento dos horrores da segregação racial, aquele tribunal colocava cara a cara ofensores e ofendidos. Como uma espécie de tribunal moral, ali começava o processo de pacificação sem o qual o país mergulharia na vingança sem fim.
A outra forma de reagregar o país dividido foi a decisão de Mandela de incentivar a conquista da Copa do Mundo de rugby pela seleção sul-africana, no ano em que a sede do evento seria a África do Sul. A divisão racial tinha levado os negros a identificar a seleção nacional como um símbolo da supremacia branca, o que os fazia torcer sempre pelo adversário em campo.
Uma história dessas não poderia deixar de virar filme. E no filme chamado Invictus, de Clint Eastwood, conta-se como Mandela planejou a nova sociedade sul-africana, dentre outras formas, usando o esporte como elemento unificador. Numa cena marcante, os jogadores da seleção sul-africana visitam o lugar onde Mandela esteve preso. Ali, o capitão da equipe se pergunta, Como alguém passa tanto tempo na prisão e ainda sai disposto a perdoar todo mundo?
A reconciliação foi uma escolha racional de Mandela. Na cela apertada, seu espírito voava. E ali, ele decidia ser o senhor do seu destino. Costumamos desresponsabilizar o indivíduo e criminalizar a sociedade. Claro que as estruturas sociais deixam poucas opções ao sujeito discriminado e marginalizado social e economicamente. Mas ainda há chances de escolhas e a consequência delas não pode ser creditada unicamente ao presidente, ao delegado, ao pastor, aos amigos, ao diabo.
Mandela, representado com a dignidade principesca do ator Morgan Freeman, recitava para si, na prisão: “Eu sou o senhor do meu destino, eu sou o capitão da minha alma”. Em diversas oportunidades, nossas escolhas revelam o que queremos ser e o que devemos fazer. E até onde estamos dispostos a ir por nossos propósitos e princípios.
No país que esperava vingança, ele dava o exemplo de justiça. Embora tivesse defendido o enfrentamento armado durante parte de sua vida de luta contra o regime opressor, ele não foi derrotado pelas algemas do apartheid nem pelo revanchismo nos tempos da cólera racial. Por isso, tornou-se um homem invicto.
Respondendo à pergunta, Como alguém passa 27 anos na prisão e sai disposto a perdoar?
É que, em tempos de ódio e intolerância, não há gesto mais revolucionário que o perdão.
(Joêzer Mendonça, Nota na Pauta)
A outra forma de reagregar o país dividido foi a decisão de Mandela de incentivar a conquista da Copa do Mundo de rugby pela seleção sul-africana, no ano em que a sede do evento seria a África do Sul. A divisão racial tinha levado os negros a identificar a seleção nacional como um símbolo da supremacia branca, o que os fazia torcer sempre pelo adversário em campo.
Uma história dessas não poderia deixar de virar filme. E no filme chamado Invictus, de Clint Eastwood, conta-se como Mandela planejou a nova sociedade sul-africana, dentre outras formas, usando o esporte como elemento unificador. Numa cena marcante, os jogadores da seleção sul-africana visitam o lugar onde Mandela esteve preso. Ali, o capitão da equipe se pergunta, Como alguém passa tanto tempo na prisão e ainda sai disposto a perdoar todo mundo?
A reconciliação foi uma escolha racional de Mandela. Na cela apertada, seu espírito voava. E ali, ele decidia ser o senhor do seu destino. Costumamos desresponsabilizar o indivíduo e criminalizar a sociedade. Claro que as estruturas sociais deixam poucas opções ao sujeito discriminado e marginalizado social e economicamente. Mas ainda há chances de escolhas e a consequência delas não pode ser creditada unicamente ao presidente, ao delegado, ao pastor, aos amigos, ao diabo.
Mandela, representado com a dignidade principesca do ator Morgan Freeman, recitava para si, na prisão: “Eu sou o senhor do meu destino, eu sou o capitão da minha alma”. Em diversas oportunidades, nossas escolhas revelam o que queremos ser e o que devemos fazer. E até onde estamos dispostos a ir por nossos propósitos e princípios.
No país que esperava vingança, ele dava o exemplo de justiça. Embora tivesse defendido o enfrentamento armado durante parte de sua vida de luta contra o regime opressor, ele não foi derrotado pelas algemas do apartheid nem pelo revanchismo nos tempos da cólera racial. Por isso, tornou-se um homem invicto.
Respondendo à pergunta, Como alguém passa 27 anos na prisão e sai disposto a perdoar?
É que, em tempos de ódio e intolerância, não há gesto mais revolucionário que o perdão.
(Joêzer Mendonça, Nota na Pauta)
domingo, junho 13, 2010
O menino do pijama listrado
O que é o horror de uma guerra aos olhos de uma criança? O cenário nazista e o massacre dos judeus já foi muito utilizado nas telas dos cinemas, contudo, a diferença deste filme é que não vemos a guerra através do bravo soldado que dispara dúzias de tiros, nem dos generais e comandantes ditando suas ordens, mas aos olhos de uma criança, que apesar de tentarem explicar o motivo do “ódio ao judeu” não consegue realmente compreender o porquê de tanto ódio. Essa criança é o jovem garoto de 8 anos chamado Bruno (Asa Butterfield – novato no cinema, mas sua atuação é comovente e impressionante) que precisa deixar seus amigos da cidade e acompanhar ao pai soldado, maior orgulho, que foi promovido e precisa ir morar no campo. Lá, sozinho e tedioso, descobre que mora ao lado de uma “fazenda” que tem “moradores” estranhos, porque eles vivem vestidos de “pijamas”, e pela sua inocência se pergunta: Por que ainda estão de pijamas no meio do dia?
A partir da curiosidade ele conhece Shmuel (Jack Scanlon) e nasce uma amizade. Entre os furtos de comida para o novo amigo e suas conversas, Bruno começa a tentar entender os acontecimentos ao redor dele e com seu novo amigo. Apesar de se esforçar, não compreende o motivo das grades, dos “pijamas” e do ódio. Mas, como toda criança, a fé de sua inocência consegue manter a visão pura dos acontecimentos, confirmados na frase de Bruno: “Não se preocupe, Shmuel, logo os dois lados vão se entender e vamos poder brincar sem grades!”
Um filme bonito, emocionante, que faz refletir mais uma vez sobre a insensatez que as ações de um regime pode causar, não só no país, mas na célula fundamental que é a família.
(Adoro Cinema)
Nota: Pelo forte tom dramático, especialmente do fim da produção, não é aconselhado assistir com crianças.
A partir da curiosidade ele conhece Shmuel (Jack Scanlon) e nasce uma amizade. Entre os furtos de comida para o novo amigo e suas conversas, Bruno começa a tentar entender os acontecimentos ao redor dele e com seu novo amigo. Apesar de se esforçar, não compreende o motivo das grades, dos “pijamas” e do ódio. Mas, como toda criança, a fé de sua inocência consegue manter a visão pura dos acontecimentos, confirmados na frase de Bruno: “Não se preocupe, Shmuel, logo os dois lados vão se entender e vamos poder brincar sem grades!”
Um filme bonito, emocionante, que faz refletir mais uma vez sobre a insensatez que as ações de um regime pode causar, não só no país, mas na célula fundamental que é a família.
(Adoro Cinema)
Nota: Pelo forte tom dramático, especialmente do fim da produção, não é aconselhado assistir com crianças.
Campo de concentração para galinhas
À espera de que minhas filhas tivessem idade suficiente para compreender a trama, aproveitei para reassistir com elas à animação "A Fuga das Galinhas" (DreamWorks, 2000). Vou abrir uma exceção e recomendar a primeira animação neste blog, não apenas porque ela promove boas qualidades como perseverança, coragem, espírito de equipe e amor ao próximo. Tenho outro motivo e já vou deixá-lo claro. Antes, um resumo da história para quem ainda não assistiu.
A produção, que utiliza a antiga e trabalhosa técnica de massa de modelar, mistura aventura e comédia, com pitadas de romance galináceo, mostra um galinheiro no norte da Inglaterra (a Granja dos Tweedy) dos anos 1950, com ares de campo de concentração. Ares, não. A correlação é explícita, exceto para crianças que ainda não conhecem a triste história da Segunda Guerra. As galinhas, lideradas pela brava Ginger, executam vários planos para tentar fugir da prisão, mas todos fracassam. Por que fugir? Simples: as galinhas que não botam a quantidade esperada de ovos são mortas e viram comida.
Cansada dor parcos lucros de sua granja, a ambiciosa Sra. Tweedy resolve comprar uma máquina de produzir tortas de galinha (seria uma alusão aos “chuveiros” dos campos nazistas?). Quando o galo norte-americano Rocky chega “voando” até a granja, Ginger imagina ser ele a esperança do galinheiro; a esperança da liberdade. Mas as coisas não saem exatamente como Ginger planejava. O resto, se você ainda não assistiu, fica por sua conta.
Bem, o motivo que me levou a recomendar esse filme dos mesmos autores de Wallace e Gromit é o sentimento que cria em relação aos animais. Do ponto de vista deles, ambientes como as granjas são exatamente campos de concentração criados para alimentar o prazer degustativo dos seres humanos. Imagino que dificilmente quem saboreia um McChiquen ou avista o logotipo da franquia Frango Frito, com aquele galinho sorridente, pensa no sofrimento a que são submetidas as galinhas criadas para a linha de produção alimentícia, forçadas a comer noite e dia, abarrotadas de ração acrescida de hormônios – tudo para que esteja pronta para abate em pouco tempo, acelerando os lucros de seus criadores/matadores.
Não sei se a intenção dos produtores era a de abraçar essa causa. Se foi, acertaram em cheio. Para minhas filhas e para mim, animais continuam sendo amigos, não comida.
Michelson Borges
Assista também: "A carne é fraca"
A produção, que utiliza a antiga e trabalhosa técnica de massa de modelar, mistura aventura e comédia, com pitadas de romance galináceo, mostra um galinheiro no norte da Inglaterra (a Granja dos Tweedy) dos anos 1950, com ares de campo de concentração. Ares, não. A correlação é explícita, exceto para crianças que ainda não conhecem a triste história da Segunda Guerra. As galinhas, lideradas pela brava Ginger, executam vários planos para tentar fugir da prisão, mas todos fracassam. Por que fugir? Simples: as galinhas que não botam a quantidade esperada de ovos são mortas e viram comida.
Cansada dor parcos lucros de sua granja, a ambiciosa Sra. Tweedy resolve comprar uma máquina de produzir tortas de galinha (seria uma alusão aos “chuveiros” dos campos nazistas?). Quando o galo norte-americano Rocky chega “voando” até a granja, Ginger imagina ser ele a esperança do galinheiro; a esperança da liberdade. Mas as coisas não saem exatamente como Ginger planejava. O resto, se você ainda não assistiu, fica por sua conta.
Bem, o motivo que me levou a recomendar esse filme dos mesmos autores de Wallace e Gromit é o sentimento que cria em relação aos animais. Do ponto de vista deles, ambientes como as granjas são exatamente campos de concentração criados para alimentar o prazer degustativo dos seres humanos. Imagino que dificilmente quem saboreia um McChiquen ou avista o logotipo da franquia Frango Frito, com aquele galinho sorridente, pensa no sofrimento a que são submetidas as galinhas criadas para a linha de produção alimentícia, forçadas a comer noite e dia, abarrotadas de ração acrescida de hormônios – tudo para que esteja pronta para abate em pouco tempo, acelerando os lucros de seus criadores/matadores.
Não sei se a intenção dos produtores era a de abraçar essa causa. Se foi, acertaram em cheio. Para minhas filhas e para mim, animais continuam sendo amigos, não comida.
Michelson Borges
Assista também: "A carne é fraca"
quinta-feira, abril 15, 2010
Testemunho para salvar casamentos
Quando um casamento vai mal, não faltam sugestões para salvá-lo: melhorar a comunicação; caprichar no romantismo; fazer um cruzeiro; dar pequenos presentes e demonstrações de afeto; etc. Tudo isso tem o seu lugar, mas a proposta do filme “A Janela” talvez seja a última em que alguém pensaria: testemunhe de Jesus para melhorar a vida conjugal. Isso mesmo. O filme, cujo roteiro é do pastor e evangelista Alejandro Bullón, foi produzido nos Estados Unidos, dublado em português, e tem duração de 28 minutos. Apesar de pequeno e singelo, traz uma mensagem poderosa e necessária.
Roberto e Júlia são recém-convertidos ao adventismo e resolvem orar por e fazer amizade com os vizinhos Francisco e Rosa, sem saber que o casal enfrenta o drama da perda do filho, morto por afogamento. Com o tempo, uma amizade genuína se forma entre eles e, consequentemente, de maneira natural, Deus é apresentado como a solução para os problemas e a desesperança.
Segundo o pastor e conselheiro familiar Marcos Faiock Bomfim, “a história é excelente para ilustrar o fato de que muitos casais conseguem enriquecer o casamento justamente quando tiram o foco apenas da própria relação e começam a trabalhar juntos por outras pessoas ou famílias. É só quando procuram trabalhar juntos, em parceria com Deus pela salvação de outras pessoas, que alguns se dão conta de sua falta de amor. E é quando pedem esse amor para auxiliar outras pessoas, que sua própria relação é abençoada”.
O filme pode ser muito útil para quem trabalha com famílias e deseja mostrar essa realidade, levando os casais a formar Duplas Missionárias de Casais para trabalhar por outras pessoas ou famílias.
O filme pode ser adquirido diretamente através do departamento de Ministério Pessoal (MIPES) da Associação da Igreja Adventista de sua região.
Michelson Borges
Roberto e Júlia são recém-convertidos ao adventismo e resolvem orar por e fazer amizade com os vizinhos Francisco e Rosa, sem saber que o casal enfrenta o drama da perda do filho, morto por afogamento. Com o tempo, uma amizade genuína se forma entre eles e, consequentemente, de maneira natural, Deus é apresentado como a solução para os problemas e a desesperança.
Segundo o pastor e conselheiro familiar Marcos Faiock Bomfim, “a história é excelente para ilustrar o fato de que muitos casais conseguem enriquecer o casamento justamente quando tiram o foco apenas da própria relação e começam a trabalhar juntos por outras pessoas ou famílias. É só quando procuram trabalhar juntos, em parceria com Deus pela salvação de outras pessoas, que alguns se dão conta de sua falta de amor. E é quando pedem esse amor para auxiliar outras pessoas, que sua própria relação é abençoada”.
O filme pode ser muito útil para quem trabalha com famílias e deseja mostrar essa realidade, levando os casais a formar Duplas Missionárias de Casais para trabalhar por outras pessoas ou famílias.
O filme pode ser adquirido diretamente através do departamento de Ministério Pessoal (MIPES) da Associação da Igreja Adventista de sua região.
Michelson Borges
sábado, janeiro 16, 2010
Mãos abençoadas
Se a história de superação pessoal e sucesso profissional do Dr. Benjamin Carson, contada nas páginas dos seus livros, já emocionou e inspirou milhares ao redor do mundo, menor impacto não pode se esperar do filme sobre sua vida. Lançada em fevereiro de 2009, nos Estados Unidos, a produção começou a ser vendida no Brasil em janeiro deste ano (www.allcenter.com.br). Estrelado por Cuba Gooding Jr., cuja semelhança física com o médico impressiona, o filme mostra como o garoto de família desestruturada, com baixo rendimento escolar e temperamento descontrolado, se tornou um dos maiores neurocirurgiões do mundo. Tendo como ponto de partida uma das operações mais difíceis da carreira de Carson, a separação dos gêmeos siameses ligados pela cabeça, o roteiro retrata a infância de “Bennie” e mostra como a influência da sua mãe, da leitura e da fé em Deus foram fundamentais para que ele sonhasse e voasse alto.
Apesar de ser pintado como um homem sensível, religioso, idealista e bom pai de família, o filme decepciona os adventistas que (como eu) esperavam ver alguma referência ao adventismo. Na produção, a fé tem papel importante, mas secundário, na biografia de Carson. O grande mérito de seu sucesso é atribuído à mãe. Embora o drama termine com a bem-sucedida cirurgia de 1987, o “milagre” que consagrou o médico, deixou de abordar, ainda que no material extra, aspectos importantes da vida dele: como o trabalho filantrópico de sua fundação (http://carsonscholars.org), as condecorações que recebeu do governo americano e sua luta contra o câncer de próstata em 2002.
De qualquer forma, ninguém vai se arrepender de assistir Gifted Hands, pois é um estímulo para os jovens, uma homenagem aos pais dedicados e um lembrete a todos os cristãos de que nossas “mãos” são poderosamente abençoadas quando nos colocamos nas mãos de Deus.
(Wendel Lima, jornalista)
Para saber mais sobre o Dr. Ben Carson, leia Ben Carson (1997) e Sonhe Alto (1999). Acesse www.cpb.com.br ou ligue 0800-9790606.
Apesar de ser pintado como um homem sensível, religioso, idealista e bom pai de família, o filme decepciona os adventistas que (como eu) esperavam ver alguma referência ao adventismo. Na produção, a fé tem papel importante, mas secundário, na biografia de Carson. O grande mérito de seu sucesso é atribuído à mãe. Embora o drama termine com a bem-sucedida cirurgia de 1987, o “milagre” que consagrou o médico, deixou de abordar, ainda que no material extra, aspectos importantes da vida dele: como o trabalho filantrópico de sua fundação (http://carsonscholars.org), as condecorações que recebeu do governo americano e sua luta contra o câncer de próstata em 2002.
De qualquer forma, ninguém vai se arrepender de assistir Gifted Hands, pois é um estímulo para os jovens, uma homenagem aos pais dedicados e um lembrete a todos os cristãos de que nossas “mãos” são poderosamente abençoadas quando nos colocamos nas mãos de Deus.
(Wendel Lima, jornalista)
Para saber mais sobre o Dr. Ben Carson, leia Ben Carson (1997) e Sonhe Alto (1999). Acesse www.cpb.com.br ou ligue 0800-9790606.
segunda-feira, novembro 02, 2009
De Sapo a Príncipe
O documentário “De Sapo a Príncipe” (chamada.com.br), de 28 minutos, produzido pela Creation Ministries, toca num dos pontos mais frágeis do darwinismo: a origem da informação complexa. O título é uma brincadeira para mostrar que o salto evolutivo necessário para transformar anfíbios em mamíferos é simplesmente impossível à luz da ciência. O vídeo traz a clássica entrevista com o biólogo ateu Richard Dawkins, na qual ele fica sem resposta a uma pergunta sobre a origem da informação biológica e pede que a câmera seja desligada para ele pensar, após vários segundos constrangedores sem dizer nada. Além de Dawkins, são entrevistados o biofísico Lee Spetner, de Israel, o biólogo molecular Michael Denton, da Nova Zelândia, o especialista em ciência da informação Werner Gitt, da Alemanha, e o biólogo Don Batten, da Austrália. Produção singela (infelizmente apenas legendada), mas útil para conhecer um dos mais fortes argumentos a favor do design inteligente.
Michelson Borges
Michelson Borges
domingo, agosto 02, 2009
Fé e batatas
O periódico The Youth’s Instructor, de 17 de outubro de 1944, publicou a seguinte história, relacionada com a grande decepção pela qual milhares de adventistas passaram após o dia 22 de outubro de 1844:
O Sr. John Howlett tinha em sua fazenda uma grande plantação de batatas. Sua esposa Lizzie um dia lhe perguntou:
– John, você não vai colher as batatas? Já passou muito da época de colhê-las.
– Eu sei, eu sei – respondeu ele. – Mas eu não vou colher as batatas.
– Não vai colhê-las? As batatas vão apodrecer embaixo da terra, quando chegar o inverno.
– Não se preocupe, Lizzie, Jesus está para voltar. Não vamos precisar guardar batatas para o inverno. Estaremos no Céu. Também não tenho tempo de colhê-las, pois preciso proclamar a mensagem da volta de Cristo.
– Está certo, está certo – respondeu Lizzie.
A zombaria dos vizinhos de John foi ainda maior quando se constatou que havia ocorrido um erro na interpretação das profecias relacionadas com o ano de 1844. Além de ser considerado louco por não colher as batatas na época certa, John foi também chamado de pregador de uma falsa mensagem. Mas, apesar do equívoco, Deus estava com Howlett e com os demais adventistas.
Com o coração ainda angustiado pelo despontamento, John Howlett resolveu colher as batatas. Naquele ano, uma praga atingiu as batatas que estavam armazenadas nos celeiros, e os vizinhos que haviam zombado de Howlett perderam toda a colheita. As batatas que ficaram no solo, entretanto, não foram atingidas pela praga. Howlett generosamente partilhou com os vizinhos sua colheita e isso impressionou grandemente aqueles que o haviam chamado de louco. Deus cuidara de Seu filho.
Quando assisti “O Fazendeiro e Deus” (Faith Like Potatoes, 2006), lembrei-me da história de Howlett, ocorrida há mais de um século e meio. O filme conta a história real de Angus Buchan, um fazendeiro africano descendente de escoceses. Quando a situação em Zâmbia fica complicada, Buchan vende sua fazenda e se muda com a esposa e os filhos para a África do Sul. Dono de um temperamento difícil e muito estressado com a dura tarefa de transformar um pedaço de terra num local produtivo, Buchan finalmente encontra a paz no momento em que entrega a vida a Jesus. Mas não é “só” isso: ele se torna um homem cuja fé é capaz até de ressuscitar mortos; um pregador simples, porém comprometido com a missão de mostrar às pessoas que Deus é real e se importa com Seus filhos.
Para Angus, a fé tem que ser como batatas: crescem de maneira invisível debaixo da terra, mas são reais como o ar que se respira. A vida dele, como a de muitos preciosos cristãos, é a expressão prática das palavras de C. S. Lewis: "O cristianismo, se é falso, não tem nenhuma importância, e, se é verdade, tem infinita importância. O que ele não pode ser é de moderada importância."
“O Fazendeiro e Deus” é um filme tocante que mostra o quanto Deus está disposto a agir na vida daqueles que se entregam de coração, não importa onde vivam ou quão pecadores tenham sido.
Michelson Borges
Obs.: Há pelo menos uma cena duvidosa no filme. A certa altura, o pai de um menino que havia falecido sonha com o filho e o garotinho diz estar esperando por ele. O ambiente do sonho lembra muito o da nova Terra, o que fará aqueles que creem no sono da morte entenderem se tratar da promessa da ressurreição, já que o menino disse estar esperando e não vendo "lá do Céu" o pai. Os que creem na imortalidade da alma farão outra leitura: que o menino estava consciente após a morte e que o sonho era mais do que um sonho. Assista aqui a verdadeira explicação do que ocorre na morte.
O Sr. John Howlett tinha em sua fazenda uma grande plantação de batatas. Sua esposa Lizzie um dia lhe perguntou:
– John, você não vai colher as batatas? Já passou muito da época de colhê-las.
– Eu sei, eu sei – respondeu ele. – Mas eu não vou colher as batatas.
– Não vai colhê-las? As batatas vão apodrecer embaixo da terra, quando chegar o inverno.
– Não se preocupe, Lizzie, Jesus está para voltar. Não vamos precisar guardar batatas para o inverno. Estaremos no Céu. Também não tenho tempo de colhê-las, pois preciso proclamar a mensagem da volta de Cristo.
– Está certo, está certo – respondeu Lizzie.
A zombaria dos vizinhos de John foi ainda maior quando se constatou que havia ocorrido um erro na interpretação das profecias relacionadas com o ano de 1844. Além de ser considerado louco por não colher as batatas na época certa, John foi também chamado de pregador de uma falsa mensagem. Mas, apesar do equívoco, Deus estava com Howlett e com os demais adventistas.
Com o coração ainda angustiado pelo despontamento, John Howlett resolveu colher as batatas. Naquele ano, uma praga atingiu as batatas que estavam armazenadas nos celeiros, e os vizinhos que haviam zombado de Howlett perderam toda a colheita. As batatas que ficaram no solo, entretanto, não foram atingidas pela praga. Howlett generosamente partilhou com os vizinhos sua colheita e isso impressionou grandemente aqueles que o haviam chamado de louco. Deus cuidara de Seu filho.
Quando assisti “O Fazendeiro e Deus” (Faith Like Potatoes, 2006), lembrei-me da história de Howlett, ocorrida há mais de um século e meio. O filme conta a história real de Angus Buchan, um fazendeiro africano descendente de escoceses. Quando a situação em Zâmbia fica complicada, Buchan vende sua fazenda e se muda com a esposa e os filhos para a África do Sul. Dono de um temperamento difícil e muito estressado com a dura tarefa de transformar um pedaço de terra num local produtivo, Buchan finalmente encontra a paz no momento em que entrega a vida a Jesus. Mas não é “só” isso: ele se torna um homem cuja fé é capaz até de ressuscitar mortos; um pregador simples, porém comprometido com a missão de mostrar às pessoas que Deus é real e se importa com Seus filhos.
Para Angus, a fé tem que ser como batatas: crescem de maneira invisível debaixo da terra, mas são reais como o ar que se respira. A vida dele, como a de muitos preciosos cristãos, é a expressão prática das palavras de C. S. Lewis: "O cristianismo, se é falso, não tem nenhuma importância, e, se é verdade, tem infinita importância. O que ele não pode ser é de moderada importância."
“O Fazendeiro e Deus” é um filme tocante que mostra o quanto Deus está disposto a agir na vida daqueles que se entregam de coração, não importa onde vivam ou quão pecadores tenham sido.
Michelson Borges
Obs.: Há pelo menos uma cena duvidosa no filme. A certa altura, o pai de um menino que havia falecido sonha com o filho e o garotinho diz estar esperando por ele. O ambiente do sonho lembra muito o da nova Terra, o que fará aqueles que creem no sono da morte entenderem se tratar da promessa da ressurreição, já que o menino disse estar esperando e não vendo "lá do Céu" o pai. Os que creem na imortalidade da alma farão outra leitura: que o menino estava consciente após a morte e que o sonho era mais do que um sonho. Assista aqui a verdadeira explicação do que ocorre na morte.
domingo, maio 31, 2009
A Segunda Chance
O filme “A Segunda Chance” (EUA, 2006) tem como um dos atores principais o famoso cantor evangélico Michael W. Smith e oferece uma boa oportunidade de reflexão sobre a necessidade de se utilizar os modernos meios de comunicação (como a TV) na pregação do evangelho, sem esquecer de que a igreja deve tocar a vida das pessoas, ir até o lar delas, abraçar, se relacionar, abrir as portas e o coração para salvar.
Smith interpreta o pastor Ethan, filho do fundador no ministério The Rock, Jeremiah Jenkins. Para Ethan, o ministério é mais como um negócio. Cantor renomado, dono de uma bela casa, um carro caríssimo e autor de um livro, ele mal faz ideia do que seja o cristianismo prático. Por isso, o pai decide que ele precisa aprender um pouco mais sobre o verdadeiro trabalho de uma igreja e do pastor.
Ethan é enviado para auxiliar a Second Chance Community Church (Igreja da Segunda Chance), ligada ao ministério The Rock. Ali ele conhece o ex-presidiário e também pastor Jake (Jeff Obafemi Carr) que luta para salvar jovens afundados no mundo das drogas e da prostituição. A Second Chance representa para a comunidade, de fato, uma segunda chance de viver dignamente.
Os dois pastores, ainda que professem a mesma fé e pertençam ao mesmo ministério, batem de frente com a visão de trabalho diferente que têm. Para fazer a obra de Deus, eles devem superar essas diferenças e aprender lições profundas sobre tolerância, amor e fé. É uma segunda chance para os ministros também.
O filme mostra o encontro de dois mundos e a relevância do evangelho para ambos.
Michelson Borges
Smith interpreta o pastor Ethan, filho do fundador no ministério The Rock, Jeremiah Jenkins. Para Ethan, o ministério é mais como um negócio. Cantor renomado, dono de uma bela casa, um carro caríssimo e autor de um livro, ele mal faz ideia do que seja o cristianismo prático. Por isso, o pai decide que ele precisa aprender um pouco mais sobre o verdadeiro trabalho de uma igreja e do pastor.
Ethan é enviado para auxiliar a Second Chance Community Church (Igreja da Segunda Chance), ligada ao ministério The Rock. Ali ele conhece o ex-presidiário e também pastor Jake (Jeff Obafemi Carr) que luta para salvar jovens afundados no mundo das drogas e da prostituição. A Second Chance representa para a comunidade, de fato, uma segunda chance de viver dignamente.
Os dois pastores, ainda que professem a mesma fé e pertençam ao mesmo ministério, batem de frente com a visão de trabalho diferente que têm. Para fazer a obra de Deus, eles devem superar essas diferenças e aprender lições profundas sobre tolerância, amor e fé. É uma segunda chance para os ministros também.
O filme mostra o encontro de dois mundos e a relevância do evangelho para ambos.
Michelson Borges
domingo, abril 12, 2009
Desafio do amor
O casamento está em vias de extinção. A cada ano, aumenta o número de divórcios no mundo. E, mesmo entre aqueles que resistem à “solução” da separação, muitos apenas se suportam, vivendo infelizes debaixo do mesmo teto. O filme “A Prova de Fogo” (Fireproof, dos mesmos produtores de “Desafiando Gigantes” e “A Virada”, já indicados aqui) toca nessa ferida, aponta os prováveis e mais comuns motivos desse problema e propõe a solução para ele.
Caleb Holt é capitão do Corpo de Bombeiros de Albany, EUA, tido como herói em sua cidade. A metáfora é evidente: ele salva pessoas quase todos os dias, mas é incapaz de salvar o próprio casamento. Percebendo a situação, o pai dele propõe um desafio antes de o casal partir para a separação. Relutante, Caleb aceita. (Detalhe: o ator principal é Kirk Cameron, que estrelou na adolescência uma série de sucesso e decidiu, depois, dedicar-se a projetos que promovessem o bem.)
A capa do DVD traz o slogan “Nunca deixe seu parceiro para trás”, que se aplica tanto para bombeiros quanto para casais. Comentários no site do filme deixaram claro que ele consegue fazer um retrato bastante preciso da triste realidade da fragmentação do matrimônio. Muita gente se sensibilizou e se identificou com a situação desesperadora do capitão Caleb e sua esposa Catherine.
O filme trata paralelamente e com certa discrição da batalha de todo homem (contra a lascívia) e de toda mulher (contra a vaidade). (Leia também: “A luta do homem e da mulher”. Com o relacionamento conjugal enfraquecido, Caleb é tentado pela pornografia na internet, enquanto Catherine começa a ceder às investidas de um jovem médico, em seu local de trabalho.
O “desafio do amor” proposto pelo pai de Caleb consiste em colocar em prática um simples programa de 40 dias no qual o cônjuge realiza pequenas atividades diárias com o objetivo de reconquistar o parceiro. Esse desafio acabou virando livro, com o título The Love Dare (O Desafio do Amor).
Quando chega à metade do desafio (lá pelo 20º dia), Caleb desanima ao perceber que nada parece estar dando certo. É aí que, mais uma vez ajudado pelo pai, ele percebe o que realmente está faltando em sua vida, e tudo muda – primeiro nele, depois na esposa. Afinal, como ensina o filme, não se pode dar aquilo que não se tem: o amor incondicional. Como e onde obtê-lo? É o grande “desafio” do filme.
Com esse tipo de amor, todo relacionamento se torna “a prova de fogo”.
Michelson Borges
Caleb Holt é capitão do Corpo de Bombeiros de Albany, EUA, tido como herói em sua cidade. A metáfora é evidente: ele salva pessoas quase todos os dias, mas é incapaz de salvar o próprio casamento. Percebendo a situação, o pai dele propõe um desafio antes de o casal partir para a separação. Relutante, Caleb aceita. (Detalhe: o ator principal é Kirk Cameron, que estrelou na adolescência uma série de sucesso e decidiu, depois, dedicar-se a projetos que promovessem o bem.)
A capa do DVD traz o slogan “Nunca deixe seu parceiro para trás”, que se aplica tanto para bombeiros quanto para casais. Comentários no site do filme deixaram claro que ele consegue fazer um retrato bastante preciso da triste realidade da fragmentação do matrimônio. Muita gente se sensibilizou e se identificou com a situação desesperadora do capitão Caleb e sua esposa Catherine.
O filme trata paralelamente e com certa discrição da batalha de todo homem (contra a lascívia) e de toda mulher (contra a vaidade). (Leia também: “A luta do homem e da mulher”. Com o relacionamento conjugal enfraquecido, Caleb é tentado pela pornografia na internet, enquanto Catherine começa a ceder às investidas de um jovem médico, em seu local de trabalho.
O “desafio do amor” proposto pelo pai de Caleb consiste em colocar em prática um simples programa de 40 dias no qual o cônjuge realiza pequenas atividades diárias com o objetivo de reconquistar o parceiro. Esse desafio acabou virando livro, com o título The Love Dare (O Desafio do Amor).
Quando chega à metade do desafio (lá pelo 20º dia), Caleb desanima ao perceber que nada parece estar dando certo. É aí que, mais uma vez ajudado pelo pai, ele percebe o que realmente está faltando em sua vida, e tudo muda – primeiro nele, depois na esposa. Afinal, como ensina o filme, não se pode dar aquilo que não se tem: o amor incondicional. Como e onde obtê-lo? É o grande “desafio” do filme.
Com esse tipo de amor, todo relacionamento se torna “a prova de fogo”.
Michelson Borges
domingo, janeiro 25, 2009
Teoria de Tudo
Deus existe? Será a ciência capaz de comprovar sua existência ou trazer mais razões para a dúvida? Doug Holloway (David de Vos) é um homem de família à beira da ruína financeira e matrimonial quando embarca numa jornada ao encontro de seu pai biológico, o Dr. Eugene Holland (Victor Lundin), cuja meta é nada menos que a maior descoberta a ser feita pela física moderna, a comprovação da Teoria de Tudo, que poderia "provar" a existência de Deus. Seu maior desafio é alcançar sua meta antes de ser privado de sua capacidade de raciocínio por causa de uma doença cerebral degenerativa. Na luta por seus objetivos, pai e filho unem forças para fortalecer a família e buscar esperanças em Deus. Uma história comovente sobre família, fé e física teórica. A Teoria de Tudo o inspirará a considerar as possibilidades.
(Garagem da Fé)
Nota: Como ocorre em alguns filmes evangélicos (e não somente com os evangélicos, evidentemente), o roteiro acaba sendo meio "forçado" e pouco convincente em alguns momentos. Mas a tentativa de entrelaçamento entre fé e ciência nesta produção não deixa de ser interessante.[MB]
(Garagem da Fé)
Nota: Como ocorre em alguns filmes evangélicos (e não somente com os evangélicos, evidentemente), o roteiro acaba sendo meio "forçado" e pouco convincente em alguns momentos. Mas a tentativa de entrelaçamento entre fé e ciência nesta produção não deixa de ser interessante.[MB]
Madre Tereza
Uma vida devotada aos pobres, aos doentes e aos esquecidos. Conhecida como "a santa dos pobres mais pobres", Inês Gonxha Bojaxhiu nasceu em Skopja, capital da atual república da Macedônia. Aos 21 anos, mudando seu nome para Teresa, ingressou em um convento de Calcutá. Onze anos mais tarde, deixaria o convento e começaria a trabalhar nos bairros mais pobres da cidade, vindo a fundar em 1946 a Congregação das Missionárias da Caridade. Seu trabalho em favor dos mais necessitados rendeu a Madre Tereza o Prêmio Nobel da Paz e o reconhecimento de seu trabalho no mundo. Neste sensível e humano filme, o diretor Fabrizio Costa mostra a dedicação, a luta e a intolerância sofrida pela missionária.
(Interfilmes)
(Interfilmes)
sexta-feira, janeiro 09, 2009
Refúgio Secreto
Cornelia Johanna Arnolda ten Boom, mais conhecida como Corrie ten Boom, nasceu em Amsterdã, na Holanda, em 15 de abril de 1892. Membro de uma família cristã reformada, sua história de amor e dedicação ao próximo, não importasse quem fosse, se tornou conhecida em todo o mundo por meio de sua autobiografia intitulada Refúgio Secreto. A família Boom ajudou a salvar judeus durante a 2ª Guerra Mundial, escondendo-os em sua casa. Por isso mesmo, os Boom acabaram sendo levados para o campo de concentração Ravensbrück, na Alemanha, sofrendo fome e maus tratos nas mãos dos nazistas.
Os anos em que passou na prisão militar se constituíram numa intensa prova de fé para Corrie. Como amar pessoas tão más? Como perdoar os seguidores de Hitler por causar tanto mal aos inocentes? A morte da irmã Betsie, companheira de todos os momentos, foi um golpe duro para sua já abalada fé e capacidade de perdoar. Mas o exemplo cristão de Betsie falou mais alto. Seu último pedido foi que Corrie contasse ao mundo que mesmo no poço mais profundo é possível contemplar o amor de Deus e passá-lo adiante.
Por um engano dos nazistas, Corrie foi solta e, desde então, vem cumprindo a vontade da irmã. Após a guerra, Corrie retornou à Holanda para estabelecer centros de reabilitação. Depois ela visitou vários países e escreveu diversos livros, entre os quais o mais famoso, Refúgio Secreto, de 1971, que acabou virando filme e é distribuído no Brasil pela Comev (a dublagem em português deixa um pouco a desejar, mas a produção é boa e a história, comovente).
Corrie morreu em 1983, aos 85 anos, na Califórnia. Mas seu exemplo de amor e humildade ainda fala alto. “O que conta não é minha capacidade, mas minha resposta à capacidade de Deus”, escreveu.
Michelson Borges
Os anos em que passou na prisão militar se constituíram numa intensa prova de fé para Corrie. Como amar pessoas tão más? Como perdoar os seguidores de Hitler por causar tanto mal aos inocentes? A morte da irmã Betsie, companheira de todos os momentos, foi um golpe duro para sua já abalada fé e capacidade de perdoar. Mas o exemplo cristão de Betsie falou mais alto. Seu último pedido foi que Corrie contasse ao mundo que mesmo no poço mais profundo é possível contemplar o amor de Deus e passá-lo adiante.
Por um engano dos nazistas, Corrie foi solta e, desde então, vem cumprindo a vontade da irmã. Após a guerra, Corrie retornou à Holanda para estabelecer centros de reabilitação. Depois ela visitou vários países e escreveu diversos livros, entre os quais o mais famoso, Refúgio Secreto, de 1971, que acabou virando filme e é distribuído no Brasil pela Comev (a dublagem em português deixa um pouco a desejar, mas a produção é boa e a história, comovente).
Corrie morreu em 1983, aos 85 anos, na Califórnia. Mas seu exemplo de amor e humildade ainda fala alto. “O que conta não é minha capacidade, mas minha resposta à capacidade de Deus”, escreveu.
Michelson Borges
domingo, novembro 30, 2008
O Peregrino
Na semana passada, assisti com minha família ao filme "O Peregrino", adaptação do clássico romance do escritor cristão John Bunyan (1628-1688), pregador nascido em Harrowden, Elstow, Inglaterra. O livro é uma alegoria da caminhada cristã rumo à vida eterna, passando pela salvação em Cristo. Dizem que é o segundo livro mais lido depois da Bíblia. Eu o havia lido há um bom tempo e foi bom recordar seu conteúdo por meio do filme que, apesar de um pouco antigo, é fiel à obra de Bunyan. Detalhe: um dos personagens principais é o Lian Neeson ("Lista de Schindler") em início de carreira. [Aproveite e leia o comentário que minha filha de seis anos fez no blog dela.]
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